Alerta ACS: Afogamentos e Estradas – Perigos Reais que Exigem Vigilância Constante

Na Associação Criança Segura (ACS), a nossa missão é clara: proteger as nossas crianças. Embora as notícias do dia-a-dia possam variar, existem perigos que, infelizmente, permanecem constantes e continuam a ceifar vidas ou a causar lesões graves em Portugal. Dados e alertas recorrentes, frequentemente destacados por entidades como a APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil) e órgãos de comunicação social, lembram-nos de duas ameaças significativas: os afogamentos e os acidentes rodoviários. Mais do que nunca, a prevenção e a vigilância ativa são essenciais.

O Perigo Silencioso das Águas: Afogamentos

Com a chegada do bom tempo ou mesmo no dia-a-dia em casa, a água pode representar um risco fatal. O afogamento é rápido, silencioso e pode acontecer em segundos, mesmo numa quantidade mínima de água.

  • Piscinas: Continuam a ser um foco de preocupação principal. A defesa de legislação que obrigue à instalação de vedações de segurança normalizadas em piscinas é um passo importante, mas a responsabilidade individual é crucial. Uma piscina não vedada ou com acesso facilitado é um convite ao perigo para uma criança pequena.
  • Praias, Rios e Barragens: A ondulação, as correntes ou fundos irregulares exigem atenção redobrada. Equipar as crianças com auxiliares de flutuação adequados (como coletes salva-vidas homologados) é importante, mas nada substitui a supervisão ativa e constante de um adulto.
  • Em Casa: Banheiras, baldes ou pequenos tanques também podem ser locais de afogamento para bebés e crianças pequenas. Nunca deixe uma criança sozinha perto de água, nem por um instante.

A Principal Causa de Morte Acidental: A Segurança na Estrada

As estatísticas são teimosas e dolorosas: os acidentes rodoviários continuam a ser a principal causa de morte por acidente em crianças e jovens no nosso país. Na ACS, sabemos que cada viagem, por mais curta que seja, exige máxima segurança.

  • Sistemas de Retenção Infantil (SRI): Não basta ter um “ovinho” ou uma cadeira auto. É fundamental que seja o sistema adequado ao peso, altura e idade da criança, e, crucialmente, que esteja corretamente instalado no veículo e que a criança esteja corretamente segura no sistema. Estudos recentes mostram que uma percentagem alarmante de crianças viaja de forma incorreta ou mesmo sem qualquer retenção.
  • Costas para a Marcha: A recomendação é clara e baseada na física dos impactos – as crianças devem viajar de costas para o sentido da marcha o máximo de tempo possível (idealmente até aos 4 anos ou mais, dependendo dos limites do SRI). Esta posição protege a cabeça, pescoço e coluna vertebral vulneráveis em caso de colisão.
  • O Exemplo Adulto: Usar sempre o cinto de segurança, cumprir as regras de trânsito e ter uma condução defensiva são lições essenciais que passamos aos mais novos.

A Prevenção Começa em Nós

Tanto os afogamentos como os acidentes rodoviários têm um denominador comum: são, na sua esmagadora maioria, preveníveis. A prevenção passa por:

  1. Vigilância Ativa: Olhos nos olhos, perto o suficiente para agir, seja perto de água ou na gestão da segurança no carro.
  2. Conhecimento: Informar-se sobre as melhores práticas, os equipamentos mais seguros (como consultar o nosso Simulador Criança Segura para SRIs) e os riscos específicos para cada idade.
  3. Ação: Implementar medidas de segurança (vedar a piscina, usar e instalar corretamente o SRI, ensinar regras básicas de segurança aquática e rodoviária).
  4. Exemplo: Ser um modelo de comportamento seguro.

Não Baixe a Guarda

Na ACS, apelamos a todos os pais, cuidadores e familiares: não facilitem. A segurança de uma criança depende das escolhas e da atenção dos adultos. Partilhe esta informação, reveja as suas rotinas de segurança e, em caso de dúvida sobre sistemas de retenção ou outras questões de segurança infantil, procure informação fidedigna. A vida das nossas crianças é demasiado preciosa.

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